quarta-feira, 28 de julho de 2010

Empreendedorismo - A Empresa sou eu

Matéria no site Mulheres am Ação
Sem planejamento, o sonho acaba logo
Por Juliana Garçon em 26/07/2010

Será mais fácil ver mico-leão-dourado do que carteira de trabalho por aí. Talvez a previsão seja exagerada, mas dá idéia da transformação nas relações trabalhistas e nos processos produtivos, resultado dos ganhos de eficiência e aumento de competição entre as empresas.

Também se relaciona com uma nova forma de ver a carreira e a vida. As pessoas buscam qualidade de vida e realização de sonhos, ainda que isso signifique trabalhar mais horas, diz a psicóloga Andréa Villas Boas, apoiada na sua experiência pessoal e no trabalho como consultora.

Ela fez carreira na área de recursos humanos de grandes companhias, mas decidiu trocar a vida corporativa pela de empresária. Cinco anos atrás, criou a Mentes & Meios, onde aplica seus conhecimentos prestando consultoria de RH e serviço de coach (orientação para materializar um determinado objetivo). A carga de trabalho não diminuiu. “Mas minha família entende e me apóia. Além disso, tenho mais flexibilidade de horários. Passei a me dedicar às áreas de trabalho que mais me atraem e fiquei mais próxima dos meus filhos”, comemora.

Deixar de ser empregado e se tornar patrão – mesmo que patrão de si mesmo, apenas– é o objetivo de uma parcela crescente dos profissionais que batem à sua porta. Esse tipo de projeto, observa, já foi associado à dificuldade dos profissionais experientes para se recolocarem no mercado, por falta de vagas ou salário abaixo do esperado. Mas, hoje, aos 25 anos, as pessoas já pensam em abrir um negócio. ”Há jovens que decidem se tornar empreendedores ao ver os pais sendo dispensados da companhia à qual se dedicaram por anos ou décadas.”

De fato, no Brasil, pessoas na faixa de 18 a 34 anos estão à frente de mais que a metade (52,5%) dos novos negócios – em estágio inicial ou com menos de 42 meses de existência–, conforme estudo da consultoria Global Entrepreneurship Monitor. Também é superior à metade (53%) o número de mulheres entre os 18,8 milhões de pessoas que estão abrindo um negócio no país.

Para algumas, trata-se de uma mudança imediata. Para outras, um processo de transição que dura alguns anos. Seja em qual situação for, é essencial ter planejamento, metas com prazos determinados, plano de negócio e poupança que assegure a sobrevivência por vários meses.

Acontece que abrir um negócio pode ter suas complicações, mas é mais fácil do mantê-lo e fazê-lo render lucros. O índice de mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras, nos primeiros cinco anos de existência, é de 70%, em média, de acordo com o Sebrae. Já nos dois primeiros anos, um quarto dos empreendimentos fecha as portas.

Os principais motivos são comportamento empreendedor pouco desenvolvido, falta de planejamento, gestão deficiente do negócio e problemas pessoais do empreendedor, além de flutuações na conjuntura econômica e políticas de apoio insuficientes.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Valor Feminino na Revista EXAME

Amigos,

O livro Valor Feminino não foi nem lançado ainda e já está sendo comentado! Quem tiver oportunidade de ver na Revista Exame, olhe a página 120.

Abraços

terça-feira, 20 de julho de 2010

Por que as mulheres sentem tanta culpa por enriquecer?

Comentário postado em 19/07 no blog da Mara Luquet da CBN

Quem puder, ouça tb o comentário no link: http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/mara-luquet/MARA-LUQUET.htm

Um belo livro que será lançado na próxima semana, Valor Feminino, escrito por Andrea Villas Boas, toca num ponto crucial para a criação de riqueza entre mulheres: a culpa!

Andrea conversou com homens e mulheres entre 18 e 70 anos de idade e não encontrou nenhum homem que associasse ser rico com ter menos princípios, padrões morais menos elevados ou ausência de valores. Já as mulheres… diferenciaram riqueza material e espiritual ou moral. Elas estavam menos a vontade com a idéia de acumular riqueza, segundo Andrea.

O livro traz histórias reais de mulheres que passaram por dificuldades por conta desse cuidado excessivo com família, filhos e parceiros e a pouca atenção que reservam para elas mesmas.

No livro ela reúne, além da própria pesquisa, trabalhos publicados em diversos países e mostra alguns números que preocupam:

Três em cada quatro idosos pobres são mulheres;

Sete em dez brasileiras enfrentarão a pobreza em algum momento;

Na mesma função que homens,as mulheres recebem salário em média 27% menores;

No primeiro ano após o divórcio, o padrão de vida feminino cai 73%

O livro será lançado no próximo dia 29 na Livraria Cultura do shopping Market Place, em São Paulo.

O site do livro é www.valorfeminino.com.br

quinta-feira, 15 de julho de 2010

As mulheres devem tomar as rédeas de seu futuro financeiro

Artigo publicado no jornal Valor Econômico dia 01/07/2010

A expectativa de vida do brasileiro cresce a cada ano. Segundo o IBGE, as mulheres vivem a mais que os homens sete anos, sete meses e seis dias. Por esse motivo, há uma grande chance de a mulher, em algum momento ao longo da vida, ao ficar sozinha, ter que assumir as rédeas de suas finanças - querendo ou não.

Dados recentes da condição econômica das brasileiras mostram uma realidade chocante:

- 67% dos idosos que vivem sozinhos são mulheres

- 40% das mulheres são sozinhas; e se elas têm a partir de 12 anos de estudo, esse índice aumenta para 50%

- Na mesma função que os homens, as mulheres recebem salários em média 27% menores

- Por ganharem menos, por se afastarem do trabalho por algum tempo após a maternidade, e cuidarem de pais idosos na maturidade, as aposentadorias femininas também são inferiores

- Três em cada quatro idosos pobres são mulheres

- 90% das mulheres são responsáveis pelas próprias finanças em algum momento da vida

- Sete em cada dez brasileiras enfrentarão a pobreza em algum momento.

Quando penso nesses dados, tenho a certeza de que, assim como as mulheres assumiram as rédeas de suas carreiras nos últimos anos, a próxima presa a ser laçada será o planejamento financeiro pessoal e, se for o caso, também familiar. Apesar de aos poucos isso já começar a acontecer, ainda estamos engatinhando nessa frente.

Juntando as informações sobre o aumento da expectativa de vida e as regras atuais da aposentadoria, a conta futura da Previdência Social não fecha. Isso porque será cada vez maior o número de aposentados e, proporcionalmente, cada vez menos pessoas contribuindo. Essa realidade demonstra que a responsabilidade sobre o futuro financeiro será de cada um! Cabe a mulher pensar sobre como quer viver na terceira idade e com que qualidade de vida.

Para termos uma vida digna, com uma boa moradia, cuidados com a saúde e possibilidade de algum lazer, é preciso planejamento. Esse aspecto, infelizmente, não é algo comum em nossa cultura. Precisamos nos dar conta de que, quanto mais jovens começarmos a acumular dinheiro, melhor e mais fácil será, pois menos precisaremos poupar por mês.

As mulheres mais jovens parecem que já se deram conta e começaram a cuidar de seu futuro financeiro, como nos mostra a pesquisa realizada pela Brasilprev. O levantamento diz que quase metade (44%) das clientes de planos de previdência privada do sexo feminino tem até 30 anos, ao mesmo tempo em que 45,2% das portadoras de previdência são solteiras. Podemos inferir que estamos falando do mesmo público. O que será que está acontecendo com as mulheres? Será que desistiram de arrumar alguém para cuidar de seu futuro? Ou elas estão efetivamente mais preocupadas com sua independência financeira?

As mulheres acima de 50 anos, porém, ainda precisam tomar consciência e iniciar seu projeto para que tenham uma aposentadoria feliz. Acredito que existe um forte ingrediente cultural nisso, pois as mulheres dessa geração certamente foram criadas para cuidar dos outros antes de pensar em si. Aliás, parece ser algo muito egoísta a mulher pensar em si em primeiro lugar, não acha? Mas não deveria ser assim. Gosto de usar para ilustrar o que penso a respeito disso a orientação que os comissários de bordo dão no início dos voos. Ou seja, você deve primeiro colocar a sua máscara e depois ajudar a pessoa ao seu lado.

A mulher ao cuidar primeiro dos filhos, do marido ou dos parentes, acaba gerando uma situação em que, pode até parecer boa no curto prazo, mas se torna um problema no longo prazo. Agradar os outros hoje poderá gerar sua dependência financeira amanhã. O raciocínio deveria ser o inverso: se a mulher quer o bem dos outros, deveria primeiramente cuidar de si, para não depender dos outros no futuro.

Como podemos mudar esta realidade? Acredito que por meio da educação financeira. Na medida em que as mulheres entenderem mais sobre finanças pessoais, certamente se sentirão mais seguras quanto aos seus investimentos e também melhor poderão preparar as próximas gerações, afinal a responsabilidade da mulher na educação dos filhos é inegável.

As mulheres têm total condição de virar mais este jogo! Os melhores atributos femininos para alcançar o sucesso nessa área são a disciplina, a persistência e a determinação. O primeiro passo é tomar a decisão: quero cuidar do meu futuro! Decisão tomada, agora é uma questão de atitude. E atitude é o que não falta nas mulheres do século XXI.

Andréa Villas Boas é psicóloga, consultora de Recursos Humanos e autora do livro "Valor Feminino - Desperte a riqueza que há em você"

E-mail: andrea@valorfeminino.com.br