Matéria no site Mulheres am Ação
Sem planejamento, o sonho acaba logo
Por Juliana Garçon em 26/07/2010
Será mais fácil ver mico-leão-dourado do que carteira de trabalho por aí. Talvez a previsão seja exagerada, mas dá idéia da transformação nas relações trabalhistas e nos processos produtivos, resultado dos ganhos de eficiência e aumento de competição entre as empresas.
Também se relaciona com uma nova forma de ver a carreira e a vida. As pessoas buscam qualidade de vida e realização de sonhos, ainda que isso signifique trabalhar mais horas, diz a psicóloga Andréa Villas Boas, apoiada na sua experiência pessoal e no trabalho como consultora.
Ela fez carreira na área de recursos humanos de grandes companhias, mas decidiu trocar a vida corporativa pela de empresária. Cinco anos atrás, criou a Mentes & Meios, onde aplica seus conhecimentos prestando consultoria de RH e serviço de coach (orientação para materializar um determinado objetivo). A carga de trabalho não diminuiu. “Mas minha família entende e me apóia. Além disso, tenho mais flexibilidade de horários. Passei a me dedicar às áreas de trabalho que mais me atraem e fiquei mais próxima dos meus filhos”, comemora.
Deixar de ser empregado e se tornar patrão – mesmo que patrão de si mesmo, apenas– é o objetivo de uma parcela crescente dos profissionais que batem à sua porta. Esse tipo de projeto, observa, já foi associado à dificuldade dos profissionais experientes para se recolocarem no mercado, por falta de vagas ou salário abaixo do esperado. Mas, hoje, aos 25 anos, as pessoas já pensam em abrir um negócio. ”Há jovens que decidem se tornar empreendedores ao ver os pais sendo dispensados da companhia à qual se dedicaram por anos ou décadas.”
De fato, no Brasil, pessoas na faixa de 18 a 34 anos estão à frente de mais que a metade (52,5%) dos novos negócios – em estágio inicial ou com menos de 42 meses de existência–, conforme estudo da consultoria Global Entrepreneurship Monitor. Também é superior à metade (53%) o número de mulheres entre os 18,8 milhões de pessoas que estão abrindo um negócio no país.
Para algumas, trata-se de uma mudança imediata. Para outras, um processo de transição que dura alguns anos. Seja em qual situação for, é essencial ter planejamento, metas com prazos determinados, plano de negócio e poupança que assegure a sobrevivência por vários meses.
Acontece que abrir um negócio pode ter suas complicações, mas é mais fácil do mantê-lo e fazê-lo render lucros. O índice de mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras, nos primeiros cinco anos de existência, é de 70%, em média, de acordo com o Sebrae. Já nos dois primeiros anos, um quarto dos empreendimentos fecha as portas.
Os principais motivos são comportamento empreendedor pouco desenvolvido, falta de planejamento, gestão deficiente do negócio e problemas pessoais do empreendedor, além de flutuações na conjuntura econômica e políticas de apoio insuficientes.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
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